Tenho passado por dias ruins e difíceis.
Tentei abraçar o mundo com as pernas e estou enlouquecendo.
Faculdade.Curso durante a semana. Curso no final de semana. Estágio obrigatório. Trabalhos da faculdade e de todos os cursos. Prova classificatória pra prefeitura.
Tanta coisa, me ocupei tanto, sem consciência, mas sei que é pra evitar tempo livre, e ter tempo pra pensar.
Fui em uma palestra, nesta semana de um psiquiatra renomado Dr. Augusto Cury, e ele disse que: pessoas que pensam demais são portadoras de uma síndrome a SPA - Sindrome do Pensamento Acelerado - pelas peguntas básica que ele fez, e todas minhas respostas foram positivas, sou uma séria candidata a portá-la. Penso demais, sofro demais, sofro antes da hora por pensar no que ainda farei. Sofro por pensar demais.
Sou angustiada, ansiosa, depressiva, deprimida. Sou uma pessoa horrível, que passa o dia tentando maquiar quem realmente sou, pra ser a pessoa que a sociedade aceita. Sofro por isso, por representar o tempo todo, e isso faço desde muito tempo.
Ontem, durante uma aula sobre a importancia da leitura na vida das pessoas, fiz uma descoberta: não devo quem sou a minha família, ao modo que fui criada e educada. Devo só a mim. Meus gostos e desejos nasceram por mim mesma.
As pessoas colocam a culpa do fracasso da sociedade na criação. Isso não é verdade. Cada um é o que quer ser. Cada um, pode aceitar ou não a criação familiar, a educação que lhe é imposta. Aceitei a educação, mas quem me moldou, foi eu.
Não cresci em uma família de leitores, os livros que encontrava em casa, eram os livros que meus irmãos eram obrigados a ler na escola, faziam por obrigação, eu pegava os livros deles e lia por prazer.
Aprendi comigo, a respeitar o espaço de outras pessoas. Em minha casa isso não acontecia e não acontece. Muito pelo contrário, fazem questão de não respeitar.
O gosto por bons programas televisivos, veio com o tempo, observando o que seria bom para meu crescimento cultural e intelectual, o que não é compartilhado por ninguém de casa.
O que devo a eles, é justamente a parte mais difícil de conviver comigo mesma, é a que tenho que mascarar, minha tristeza, repressão, isso devo a eles, e é contra isso que luto todos os dias.
Sou uma pessoa solitária. Porque foi assim minha infância, e aprendi a viver assim, e é assim que me sinto bem: quando estou sozinha. Isso devo a eles.
Devo minha insegurança e baixa autoestima. Porque sempre ouvi que era feia, gorda e fedida, que minha irmã era bela, magra e cheirosa. Graças a Deus, não cresci tendo inveja dela, nem nunca quis ser como ela, pelo contrário, quis ser diferente, claro que agora vejo, que no meu subconsciente ficou gravado, e tudo que fiz, pra provar e mostrar que ser inteligente e vencer a vida, era mais importante que ser bela e magra. ( Quando ao fetida, gasto horrores com perfumes, tenho tantos que nem consigo usar). Isso devo a eles.
Sou uma pessoa extremamente infeliz.
Sei que tenho amigos maravilhosos, e se tenho, foi porque soube conquistá-los, e a parte mais difícil que é mante-los. São tão poucos que uma mão é suficiente para contá-los.
Quanto a ter "alguém" ao meu lado, essa parte é bem difícil, já que minha autoestima não me permite acreditar que qualquer pessoa possa se interessar por mim e ponto!
Vivo assim. Não, não vivo, passo o tempo, porque isso não é viver.
***************************************************************
Poema o SOL e a LUA
Há 2 anos